tag:blogger.com,1999:blog-25903236270300540462024-03-13T00:36:00.860+00:00Experiências em PortuguêsTimidamente iniciadas no 10º ano, as experiências também têm passado de ano.
Chegámos ao 12º!Professora de Portuguêshttp://www.blogger.com/profile/03818764221711991747noreply@blogger.comBlogger134125tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-86398627034462412152013-09-27T22:18:00.002+01:002013-09-27T22:18:41.244+01:00O últimoTudo tem um princípio e um fim.<br />
<br />
Acabadas as colocações da 2ª fase, é mais que tempo de pôr um ponto final neste percurso virtual, que acompanhou mais uma "fornada" de alunos ao longo do secundário.<br />
<br />
Para todos ficam os votos de muitas felicidades na nova vida que já estão a viver.<br />
<br />
Começámos com poesia e com ela vamos terminar.<br />
Fiquem com Torga e fiquem bem.<br />
<br />
<br />
Recomeça…<br />
Se puderes,<br />
Sem angústia e sem pressa.<br />
E os passos que deres,<br />
Nesse caminho duro<br />
Do futuro,<br />
Dá-os em liberdade.<br />
Enquanto não alcances<br />
Não descanses.<br />
De nenhum fruto queiras só metade.<br />
<br />
E, nunca saciado,<br />
Vai colhendo<br />
Ilusões sucessivas no pomar<br />
E vendo<br />
Acordado,<br />
O logro da aventura.<br />
És homem, não te esqueças!<br />
Só é tua a loucura<br />
Onde, com lucidez, te reconheças.<br />
<br />
Miguel Torga, Diário XIII<br />
<span style="background-color: white; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; text-align: left;"></span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; text-align: left;"><br /></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-76713993839506635912013-06-20T13:20:00.001+01:002013-06-20T13:20:48.375+01:00Comentário da APP à Prova de Português de 17.06.2013<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Segundo a Associação dos Professores de Português (APP), "o enunciado
da prova de exame do 12.º ano, 1.ª fase, está de acordo com os
conteúdos programáticos selecionados pela tutela como objecto de
avaliação e que se restringem a apenas um ano de escolaridade: o 12.º.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">
</span></div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">No I Grupo – A , é
apresentado um poema de Ricardo Reis , com questões que estão
relacionadas com a compreensão do texto literário.<br />A formulação de
algumas questões (3 e 4) não apresenta a objetividade que deve existir
em provas de exame, o que poderá levar a respostas que remetam para
cenários diversos.</span></div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />A questão B, referente a Alberto Caeiro, é
bastante abrangente e leva o examinando a refletir sobre uma das
características mais marcantes do poeta.</span></div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />O Grupo II é constituído por
perguntas de resposta fechada – escolha múltipla – que obrigam a uma
leitura muito atenta do texto e à perceção da sua globalidade. De
referir que a questão 1.7 pode levar a uma resposta que não está de
acordo com os critérios de correção. </span></div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="SubCaixaContainer" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O Grupo III é exclusivamente dedicado à avaliação da competência de produção escrita, focando um tema atual e objetivo."</span><br />
<br />
<a href="http://www.publico.pt/sociedade/noticia/comentario-a-prova-de-portugues-do-12%C2%BA-ano-639-1%C2%AA-fase-1597581" target="_blank"><span style="font-family: inherit;"> http://www.publico.pt/sociedade/noticia/comentario-a-prova-de-portugues-do-12%C2%BA-ano-639-1%C2%AA-fase-1597581</span></a></div>
EMDhttp://www.blogger.com/profile/10739160281577202866noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-31254671596432341172013-06-11T20:57:00.000+01:002013-06-12T00:08:40.340+01:00Novas sobre a greve marcada para dia 17<h2 style="text-align: justify;">
<b>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: large;">Colégio arbitral decide não decretar serviços mínimos na greve dos professores. </span></b></h2>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">De acordo com o acórdão enviado hoje aos sindicatos e ao
Ministério da Educação e Ciência (MEC), <b>o colégio arbitral, nomeado para
decidir sobre a determinação de serviços mínimos para o dia da greve de
professores, entendeu que não há justificação para os fixar.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><b>O colégio</b> <b>considerou que a greve de
professores marcada para o dia 17</b>, pese embora coincidente com o 1º dia
de exames finais nacionais do ensino secundário, <b>"não afecta de modo
grave e irremediável o direito ao ensino na sua vertente de realização
dos exames finais nacionais, não se estando por isso perante a violação
de uma necessidade social impreterível"</b>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">A decisão de decretar serviços mínimos vem no seguimento da entrega
do pré-aviso de greve por nove estruturas sindicais para a greve da
próxima segunda-feira, dia em que se iniciam os exames nacionais do
ensino secundário, com as provas de Português A e B e Latim, estando a
sua realização em causa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">No entanto, de acordo com o colégio arbitral, <b>a fundamentação
apresentada pelo MEC</b>, <b>que alegava que "por motivos organizativos e de
logística" o adiamento das provas tornaria inviável a sua realização,
não obteve acolhimento por parte dos decisores</b>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">"Se a instabilidade nos alunos e famílias já existe face ao conflito
que há muito opõe o MEC e professores, <b>não se vê que consequências
gravosas adviriam de um adiamento dos procedimentos de acesso ao ensino
superior e em que medida se põe em causa a organização do ano lectivo
seguinte</b>", lê-se na decisão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><u>O documento lembra que em 2012 o MEC procedeu à prorrogação do prazo
de candidatura ao ensino superior</u>, inicialmente previsto para 10 de
Agosto, <u>"sem que daí tivesse decorrido qualquer prejuízo assinalável"</u>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><b>O colégio arbitral não encontra impedimentos a que os exames
agendados para dia 17 possam ainda ser recalendarizados para uma data
dentro da 1ª fase dos exames nacionais do secundário</b>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">"Na verdade, para
dia 20 de Junho, está agendada para o período da manhã a prova de
Filosofia para alunos do 10º e 11º anos e não do 12º ano como é o caso
do Português que poderia ser adiado para esta data, transferindo-se o
exame de Filosofia para o período da tarde", sugere.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><b>O colégio arbitral referiu ainda que qualquer perturbação decorrente
da greve</b>, <u>as consequências para a organização do ano lectivo seguinte ou
instabilidade de alunos e famílias, <b>se enquadram "nos 'normais'
transtornos ou incómodos que toda e qualquer greve acarreta</b><b>"</b></u> e estas <u><b>não
"justificam a imposição de qualquer limitação ao exercício do direito à
greve dos trabalhadores envolvidos"</b></u>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">in <a href="http://economico.sapo.pt/noticias/colegio-arbitral-nao-decreta-servicos-minimos-na-greve-dos-professores_171160.html">http://economico.sapo.pt/noticias/colegio-arbitral-nao-decreta-servicos-minimos-na-greve-dos-professores_171160.html</a></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">consultado em 11/06/2013, 20:45 </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"> <u>Nota:</u></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: 16px;">O colégio arbitral é constituído por um
árbitro indicados pelo sindicatos (Álvaro Braga), outro pelo ministério
(Paula Barbas) e por um magistrado que preside (Gil Almeida). </span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-52063541415604836862013-05-24T11:33:00.001+01:002013-05-24T22:01:29.081+01:00Materiais de Apoio ao Estudo<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802044" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/memorialdoconventogneroexp12" target="_blank" title="MemorialdoConvento_género_exp12">MemorialdoConvento_género_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> <br />
.</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802185" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/memorialdoconvento-tempoexp12" target="_blank" title="MemorialdoConvento_ tempo_exp12">MemorialdoConvento_ tempo_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> <br />
.</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802371" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/memorialdo-conventoespaosocialexp12" target="_blank" title="Memorialdo Convento_espaçosocial_exp12">Memorialdo Convento_espaçosocial_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> <br />
.<br />
</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802250" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/memorialdoconventonarradorexp12" target="_blank" title="MemorialdoConvento_narrador_exp12">MemorialdoConvento_narrador_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> <br />
.<br />
</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802531" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/saramagolinguagemestiloexp12" target="_blank" title="Saramago_linguagem-estilo_exp12">Saramago_linguagem-estilo_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> <br />
.<br />
</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802485" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
.<br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/saramagopontuacaoexp12" target="_blank" title="Saramago_pontuacao_exp12">Saramago_pontuacao_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> <br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/20802447" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/memorialdoconventointertextualidexp12" target="_blank" title="MemorialdoConvento_intertextualid_exp12">MemorialdoConvento_intertextualid_exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> </div>
.<br />
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-8212470832409606432013-05-20T18:34:00.000+01:002013-05-20T18:34:45.735+01:00José e Pilar - Uma história de amor O fascínio, a paixão começam quando ela lê «Memorial do Convento».<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/OXFtepkou6w?rel=0" width="560"></iframe>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-57123446757939083082013-05-15T06:10:00.000+01:002013-05-15T06:15:28.772+01:00No dia da morte de José Saramago<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A vida e a morte do nobel português José de Sousa Saramago<br /> </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">(Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de Junho de 2010)<br />escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.<br /> </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Morreu José Saramago aos 87 anos - SIC 2010</span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Ph6BG30jXpc?rel=0" width="420"></iframe>
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Breve coleção de factos biográficos:</span><br />
<div id="watch-description-text">
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">- Nobel de Literatura de
1998. </span></div>
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">- Prémio Camões em 1995.</span></div>
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Saramago é considerado o responsável pelo efectivo
reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-Conhecido
pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e diretor do Diário de Notícias.</span><br />
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Juntamente com Luiz Francisco
Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues
foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da
Cultura (FNDC). </span></div>
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">- Casado com a espanhola Pilar del Río,</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> vivia em
Lanzarote (Ilhas Canárias), desde a polémica sobre a "censura" da sua obra «Evangelho segundo Jesus Cristo» (1991-93).</span></div>
</div>
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">- «<a href="http://www.youtube.com/watch?v=KTivdzpDqP0" target="_blank">Blindness</a>» é a adaptação cinematográfica </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">do romance «Ensaio Sobre a Cegueira», </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">da autoria do realizador brasileiro Fernando
Meirelles (2008) </span></div>
<div id="eow-description" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">-«<a href="http://www.youtube.com/watch?v=ExWP0z090x0" target="_blank">Embargo</a></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">»</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> adaptação para cinema de um conto da obra
«Objecto Quase»,</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> da autoria do realizador português António Ferreira </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">(2010)</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span>
</div>
<div id="eow-description">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
</div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Morreu José Saramago @ RTP 2010</span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/cxhBkmcO4Yo?rel=0" width="420"></iframe>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-64784862338415605422013-05-08T11:30:00.000+01:002013-05-08T11:30:03.092+01:00O Único Nobel da Literatura Português<h4>
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Anúncio do Prémio Nobel - 08 de Outubro de 1998</span>
</h4>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/7_vKuX0_jk0?rel=0" width="420"></iframe>
<br />
<h4>
Receção do Prémio Nobel da Literatura 1998 </h4>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/lWpM5A5lBMI?rel=0" width="420"></iframe>
<br />
<h3>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Excertos do Discurso de José Saramago na Academia Sueca</span></span></h3>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"> <span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-size: large;"><span style="font-weight: bold;">De como a Personagem Foi Mestre e o Autor Seu Aprendiz</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-weight: bold;"> </span></span></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, [...] levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher. Viviam desta escassez os meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, depois do desmame, eram vendidos aos vizinhos da aldeia. Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo. Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro.<br /> [...]<br />Ajudei muitas vezes este meu avô Jerónimo nas suas andanças de pastor, [...] fui com a minha avó, também pela madrugada, a recolher nos restolhos a palha solta que depois haveria de servir para a cama do gado. E algumas vezes, em noites quentes de Verão, depois da ceia, meu avô me disse: "José, hoje vamos dormir os dois debaixo da figueira".<br />[...]<br />Enquanto o sono não chegava, a noite povoava-se com as histórias e os casos que o meu avô ia contando: lendas, aparições, assombros, episódios singulares, mortes antigas, zaragatas de pau e pedra, palavras de antepassados, um incansável rumor de memórias que me mantinha desperto, ao mesmo tempo que suavemente me acalentava. Nunca pude saber se ele se calava quando se apercebia de que eu tinha adormecido, ou se continuava a falar para não deixar em meio a resposta à pergunta que invariavelmente lhe fazia nas pausas mais demoradas que ele calculadamente metia no relato: "E depois?".<br /> Naquela idade minha e naquele tempo de nós todos, nem será preciso dizer que eu imaginava que o meu avô Jerónimo era senhor de toda a ciência do mundo.<br /> Foi só muitos anos depois, era um homem feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também acreditava em sonhos. Outra coisa não poderia significar que tivesse dito estas palavras: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer". Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha sido a sua estivesse a receber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a consolação da beleza revelada.</div>
<div style="text-align: justify;">
[...]<br /> Muitos anos depois, escrevendo pela primeira vez sobre este meu avô Jerónimo e esta minha avó Josefa, tive consciência de que estava a transformar as pessoas comuns que eles haviam sido em personagens literárias e que essa era, provavelmente, a maneira de não os esquecer, desenhando e tornando a desenhar os seus rostos com o lápis sempre cambiante da recordação, colorindo e iluminando a monotonia de um quotidiano baço e sem horizontes.<br /> [...]</div>
<div style="text-align: justify;">
"Um dia tinha de chegar em que contaria estas coisas. Nada disto tem importância, a não ser para mim. Um avô berbere, vindo do Norte de África, um outro avô pastor de porcos, uma avó maravilhosamente bela, uns pais graves e formosos, uma flor num retrato - que outra genealogia pode importar-me? a que melhor árvore me encontraria?"<br />[...]<br />Ao pintar os meus pais e os meus avós com tintas de literatura, transformando-os, de simples pessoas de carne e osso que haviam sido, em personagens novamente e de outro modo construtoras da minha vida, estava, sem o perceber, a traçar o caminho por onde as personagens que viesse a inventar, as outras, as efectivamente literárias, iriam fabricar e trazer-me os materiais e as ferramentas que, finalmente, no bom e no menos bom, no bastante e no insuficiente, no ganho e no perdido, naquilo que é defeito mas também naquilo que é excesso, acabariam por fazer de mim a pessoa em que hoje me reconheço: criador dessas personagens, mas, ao mesmo tempo, criatura delas.<br />[...] <br /> Agora sou capaz de ver com clareza quem foram os meus mestres de vida, os que mais intensamente me ensinaram o duro ofício de viver, essas dezenas de personagens de romance e de teatro que neste momento vejo desfilar diante dos meus olhos, esses homens e essas mulheres feitos de papel e tinta, essa gente que eu acreditava ir guiando de acordo com as minhas conveniências de narrador e obedecendo à minha vontade de autor. <br />[...]<br /> Desses mestres, o primeiro foi, sem dúvida, um medíocre pintor de retratos que designei simplesmente pela letra H., protagonista de uma história a que creio razoável chamar de dupla iniciação (a dele, mas também, de algum modo, do autor do livro), intitulada <i><b>Manual de Pintura e Caligrafia</b></i>, que me ensinou a honradez elementar de reconhecer e acatar, sem ressentimento nem frustração, os meus próprios limites.<br /> [...]<br /> Vieram depois os homens e as mulheres do Alentejo, aquela mesma irmandade de condenados da terra a que pertenceram o meu avô Jerónimo e a minha avó Josefa, camponeses rudes obrigados a alugar a força dos braços a troco de um salário e de condições de trabalho que só mereceriam o nome de infames [...] Três gerações de uma família de camponeses, os Mau-Tempo, desde o começo do século até a Revolução de Abril de 1974 que derrubou a ditadura, passam nesse romance a que dei o título de <i><b>Levantado do Chão</b></i>.<br /> [...]<br /> Que outras lições poderia eu receber de um português que viveu no século XVI que compôs as "Rimas" e as glórias, os naufrágios e os desencantos pátrios de "Os Lusíadas", que foi um génio poético absoluto, o maior da nossa literatura, por muito que isso pese a Fernando Pessoa, que a si mesmo se proclamou como o Super-Camões dela? <br />Nenhuma lição que eu fosse capaz de aprender, salvo a mais simples: a humildade orgulhosa de um autor que vai chamando a todas as portas à procura de quem esteja disposto a publicar-lhe o livro que escreveu, sofrendo por isso o desprezo dos ignorantes de sangue e de casta, a indiferença desdenhosa de um rei e da sua companhia de poderosos, o escárnio com que desde sempre o mundo tem recebido a visita dos poetas, dos visionários e dos loucos.<br /> [...] foi a este soldado cego de um olho e golpeado na alma [...] que eu pus a viver no palco da peça teatro chamada <i><b>Que farei com este livro?</b></i>, em cujo final ecoa uma outra pergunta, aquela que importa verdadeiramente, aquela que nunca saberemos se alguma vez chegará a ter resposta suficiente: "Que fareis com este livro?". <br />[...]</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Aproximam-se agora um homem que deixou a mão esquerda na guerra e uma mulher que veio ao mundo com o misterioso poder de ver o que há por trás da pele das pessoas. Ele chama-se Baltasar Mateus e tem a alcunha de Sete-Sóis, a ela conhecem-na pelo nome de Blimunda, e também pelo apodo de Sete-Luas que lhe foi acrescentado depois, porque está escrito que onde haja um sol terá de haver uma lua, e que só a presença conjunta e harmoniosa de um e do outro tornará habitável, pelo amor, a terra. Aproxima-se também um padre jesuíta chamado Bartolomeu que inventou uma máquina capaz de subir ao céu e voar sem outro combustível que não seja a vontade humana, essa que, segundo se vem dizendo, tudo pode, mas que não pôde, ou não soube, ou não quis, até hoje, ser o sol e a lua da simples bondade ou do ainda mais simples respeito. São três loucos portugueses do século XVIII, num tempo e num país onde floresceram as superstições e as fogueiras da Inquisição, onde a vaidade e a megalomania de um rei fizeram erguer um convento, um palácio e uma basílica que haveriam de assombrar o mundo exterior, no caso pouco provável de esse mundo ter olhos bastantes para ver Portugal, tal como sabemos que os tinha Blimunda para ver o que escondido estava... E também se aproxima uma multidão de milhares e milhares de homens com as mãos sujas e calosas, com o corpo exausto de haver levantado, durante anos a fio, pedra a pedra, os muros implacáveis do convento, as salas enormes do palácio, as colunas e as pilastras, as aéreas torres sineiras, a cúpula da basílica suspensa sobre o vazio. Os sons que estamos a ouvir são do cravo de Domenico Scarlatti, que não sabe se deve rir ou chorar... <br />Esta é a história de <i><b>Memorial do Convento</b></i>, um livro em que o aprendiz de autor, graças ao que lhe vinha sendo ensinado desde o antigo tempo dos seus avós Jerónimo e Josefa, já conseguiu escrever palavras como estas, donde não está ausente alguma poesia: "Além da conversa das mulheres, são os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens, se não é a cabeça dos homens o próprio e único céu". Que assim seja.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />[...] foi na biblioteca da escola industrial que <i><b>O Ano da Morte de Ricardo Reis</b></i> começou a ser escrito... Ali encontrou um dia o jovem aprendiz de serralheiro (teria então 17 anos) uma revista - "Atena" era o título - em que havia poemas assinados com aquele nome e, naturalmente, [...] pensou que existia em Portugal um poeta que se chamava assim: Ricardo Reis. <br />Não tardou muito tempo, porém, a saber que o poeta propriamente dito tinha sido um tal Fernando Nogueira Pessoa que assinava poemas com nomes de poetas inexistentes nascidos na sua cabeça e a que chamava heterónimos [...]<br />Aprendeu de cor muitos poemas de Ricardo Reis ("Para ser grande sê inteiro/Põe quanto és no mínimo que fazes"), mas não podia resignar-se, apesar de tão novo e ignorante, que um espírito superior tivesse podido conceber, sem remorso este verso cruel: "Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo". <br />Muito, muito tempo depois, o aprendiz, já de cabelos brancos e um pouco mais sábio das suas próprias sabedorias, atreveu-se a escrever um romance para mostrar ao poeta das "Odes" alguma coisa do que era o espectáculo do mundo nesse ano de 1936 em que o tinha posto a viver os seus últimos dias: a ocupação da Renânia pelo exército nazista, a guerra de Franco contra a República espanhola, a criação por Salazar das milícias fascistas portuguesas. Foi como se estivesse a dizer-lhe: "Eis o espectáculo do mundo, meu poeta das amarguras serenas e do cepticismo elegante. Desfruta, goza, contempla, já que estar sentado é a tua sabedoria..."<br />[...]<br />Foi então que o aprendiz imaginou que talvez houvesse ainda uma maneira de tornar a lançar os barcos à água, por exemplo, mover a própria terra e pô-la a navegar pelo mar fora. [...] <i><b>Jangada de Pedra</b></i> separou do continente europeu toda a Península Ibérica para a transformar numa grande ilha flutuante, movendo-se em direcção ao Sul do mundo, [...] As personagens da Jangada de Pedra - duas mulheres, três homens e um cão - viajam incansavelmente através da península enquanto ela vai sulcando o oceano.</div>
<div style="text-align: justify;">
[...]</div>
<div style="text-align: justify;">
Lembrou-se então o aprendiz de que [...] não estaria mal que revisasse agora o passado, inventando um romance que se chamaria <i><b>História do Cerco de Lisboa</b></i>, no qual um revisor, cansado de ver como a dita História cada vez é menos capaz de surpreender, decide pôr no lugar de um "sim" um "não", subvertendo a autoridade das "verdades históricas". Raimundo Silva, assim se chama o revisor, é um homem simples, vulgar, que só se distingue da maioria por acreditar que todas as coisas têm o seu lado visível e o seu lado invisível e que não saberemos nada delas enquanto não lhes tivermos dado a volta completa. </div>
<div style="text-align: justify;">
[...]<br /> Ora, foi provavelmente esta aprendizagem da dúvida que o levou, dois anos mais tarde, a escrever <i><b>O Evangelho segundo Jesus Cristo</b></i>.[...] Desta vez não se tratava de olhar por trás das páginas do "Novo Testamento" à procura de contrários, mas sim de iluminar com uma luz rasante a superfície delas, como se faz a uma pintura, de modo a fazer-lhe ressaltar os relevos, os sinais de passagem, a obscuridade das depressões. Foi assim que o aprendiz, agora rodeado de personagens evangélicas, leu, como se fosse a primeira vez, a descrição da matança dos Inocentes, e, tendo lido, não compreendeu</div>
<div style="text-align: justify;">
[...]<br />Se o imperador Carlos Magno não tivesse estabelecido no Norte da Alemanha um mosteiro, se esse mosteiro não tivesse dado origem à cidade de Münster, se Münster não tivesse querido assinalar os mil e duzentos anos da sua fundação com uma ópera sobre a pavorosa guerra que enfrentou no século XVI protestantes anabaptistas e católicos, o aprendiz não teria escrito a peça de teatro a que chamou <i><b>In Nomine Dei.</b></i> Uma vez mais, o aprendiz teve de penetrar no obscuro labirinto das crenças religiosas, essas que com tanta facilidade levam os seres humanos a matar e a deixar-se matar [...] não se tratava de uma guerra em nome de dois deuses inimigos, mas de uma guerra em nome de um mesmo deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
[...]<br /> Cegos. O aprendiz pensou: "Estamos cegos", e sentou-se a escrever o <i><b>Ensaio sobre a Cegueira</b></i> para recordar a quem o viesse a ler que usamos perversamente a razão quando humilhamos a vida, que a dignidade do ser humano é todos os dias insultada pelos poderosos do nosso mundo, que a mentira universal tomou o lugar das verdades plurais, que o homem deixou de respeitar-se a si mesmo quando perdeu o respeito que devia ao seu semelhante.</div>
<div style="text-align: justify;">
[...]<br /> Depois, o aprendiz, como se tentasse exorcizar os monstros engendrados pela cegueira da razão, pôs-se a escrever a mais simples de todas as histórias: uma pessoa que vai à procura de outra pessoa apenas porque compreendeu que a vida não tem nada mais importante que pedir a um ser humano. O livro chama-se <i><b>Todos os Nomes</b></i>. Não escritos, todos os nossos nomes estão lá. Os nomes dos vivos e os nomes dos mortos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Termino. <br />A voz que leu estas páginas quis ser o eco das vozes conjuntas das minhas personagens. Não tenho, a bem dizer, mais voz que a voz que elas tiverem. Perdoai-me se vos pareceu pouco isto que para mim é tudo.<br /><br />Por JOSÉ SARAMAGO <br />Estocolmo, 7 de Outubro de 1998</div>
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Texto integral <a href="http://noticias.sapo.pt/especial/jose_saramago/biografia/artigo/1073012.html" target="_blank">aqui</a>.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-84051539047701888782013-05-04T14:28:00.000+01:002013-05-04T14:51:48.171+01:00«Memorial do Convento» e José Saramago<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;">O</span> últim<span style="font-size: small;">o</span> GRANDE LIVRO do último G<span style="font-size: small;">RAN<span style="font-size: small;">D</span>E AUTOR</span> que se estuda no secundário.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">É imprescindível ver, ouvir, saborear este episódio da, já nossa conhecida, série Grandes Livros da RTP.<span style="font-size: small;"> </span> </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Sobretudo para quem não foi à visita de estudo ou<span style="font-size: small;">, tendo ido, não pôde assistir à <span style="font-size: small;">adap</span>tação teatral do texto saramaguiano.<span style="font-size: small;"> <span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;">(Obrigatório</span> </span></span></span></span></span><span style="font-size: small;">para quem <u>ainda</u> não mergulhou, devidamente, </span><span style="font-size: small;">na obra<span style="font-size: small;">!</span> </span><span style="font-size: small;">) </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">É o que se pode dizer: vamos terminar em GRANDE!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: small;">Sim, que um monumento daquele tamanho merece uma obra literária de igual dimensão.</span></span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/jPjU-oGiqes?rel=0" width="560"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-20090245315698084172013-04-16T08:30:00.000+01:002013-05-04T14:32:38.608+01:00«FHL!» - Síntese<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/18193047" style="border-width: 1px 1px 0; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/fhl-sinteseexp12" target="_blank" title="Fhl sintese-exp12">Fhl sintese-exp12</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-19749950673037322912013-04-12T08:30:00.000+01:002013-04-12T19:27:47.127+01:00Noções básicas sobre História do Teatro e Texto Dramático<br />
<h3>
Breve História do Teatro (inclui figuras do Teatro Português do séc. XX) da autoria de Jorge Plácido, partilhada em</h3>
<a href="http://jorgeplacido.wikispaces.com/file/detail/Hist%C3%B3ria+do+teatro.ppt">http://jorgeplacido.wikispaces.com/file/detail/Hist%C3%B3ria+do+teatro.ppt</a><br />
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<span style="color: white;">.</span><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/18692856" style="border-width: 1px 1px 0; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/histria-do-teatro-18692856" target="_blank" title="História do Teatro">História do Teatro</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> </div>
<div>
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<h3>
Outra breve História do Teatro, recuso do manual Página Seguinte do 11º ano, da Texto Editora. </h3>
</div>
<span style="color: white;"> .
</span><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/18234151" style="border-width: 1px 1px 0; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/historia-do-teatroapaginaseguinte11" target="_blank" title="Historia do Teatro-PaginaSeguinte11">Historia do Teatro-PaginaSeguinte11</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> </div>
<br />
<h3>
Apresentação das noções básicas sobre o Texto Dramático, da autoria do professor António Alves.</h3>
<br />
<object height="354" id="player" style="clear: left; float: left;" width="425"><param name="movie" value="http://www.authorstream.com/player.swf?fb=0&nb=1&pl=as&ap=0&c=#dfdfdf&p=377011_634076279968988750" /><param name="allowfullscreen" value="true" /><param name="allowScriptAccess" value="always"/><embed src="http://www.authorstream.com/player.swf?fb=0&nb=1&pl=as&ap=0&c=#dfdfdf&p=377011_634076279968988750" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="354"></embed></object><br />
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<a href="http://www.authorstream.com/Presentation/aSGuest43355-377011-caractersticas-teatro-Education-ppt-powerpoint/" style="font: normal 18px,arial;" target="_blank">caractersticas do teatro </a>
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<div style="font-family: arial; font-size-adjust: none; font-size: 11px; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
More <a href="http://www.authorstream.com/" target="_blank">PowerPoint presentations</a> from <a href="http://www.authorstream.com/aSGuest43355/" target="_blank">aSGuest43355</a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-17490073693321341452013-04-03T08:30:00.000+01:002013-04-07T08:49:39.776+01:00«Felizmente Há Luar!»<span style="color: white;">.</span><br />
<span style="color: white;">.</span><br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/bNfxwgCMVRA?list=PLYnMVxaii_Aj2uo31w3E_KsP3jhjfytk-" width="640"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-34590960260018877302013-04-01T20:04:00.004+01:002013-04-01T23:15:41.591+01:00Gomes Freire de Andrade<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/2xx1gFUiU2g?rel=0" width="640"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-33182510591182507922013-03-27T08:23:00.002+00:002013-04-01T23:15:23.913+01:00Luís de Sttau MonteiroTrata-se de um documentário precioso com fragmentos de entrevista ao próprio autor.<br />
A Net é um recurso maravilhoso!<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/VreM1Q2hJ5U?rel=0" width="480"></iframe></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-17426388715087575252013-03-15T14:38:00.000+00:002013-03-26T18:27:18.013+00:00Elétrico 28<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/y9n4f-fVYng?rel=0" width="480"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-36184287910381785502013-03-13T14:00:00.004+00:002013-03-13T14:02:40.913+00:00«O Mostrengo»<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"> Uma outra forma de abordar e divulgar a poesia de «Mensagem», pela <i>Azeituna</i></span></span>.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/AGUkZrrIS8I?rel=0" width="480"></iframe>
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.<br />
<div align="left">
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O mostrengo
que está no fim do mar</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na noite
de breu ergueu-se a voar;</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">À
roda da nau voou três vezes,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Voou
três vezes a chiar,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E disse:
«Quem é que ousou entrar</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nas
minhas cavernas que não desvendo,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Meus
tectos negros do fim do mundo?»</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> E o
homem do leme disse, tremendo:</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">«El-rei
D. João Segundo!»</span></div>
<br />
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">«De
quem são as velas onde me roço?</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> De
quem as quilhas que vejo e ouço?»</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Disse
o mostrengo, e rodou três vezes,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Três
vezes rodou imundo e grosso.</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">«Quem
vem poder o que só eu posso,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Que
moro onde nunca ninguém me visse</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E escorro
os medos do mar sem fundo?»</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> E o
homem do leme tremeu, e disse:</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">«El-rei
D. João Segundo!»</span></div>
<br />
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Três
vezes do leme as mãos ergueu,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Três
vezes ao leme as reprendeu,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E disse
no fim de tremer três vezes:</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">«Aqui
ao leme sou mais do que eu:</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sou
um povo que quer o mar que é teu;</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E mais
que o mostrengo, que me a alma teme</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E roda
nas trevas do fim do mundo,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Manda
a vontade, que me ata ao leme,</span></div>
<div align="left">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">D' El-rei
D. João Segundo!» </span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-35185400895541614312013-03-08T08:30:00.000+00:002013-03-08T08:30:01.006+00:00Apresentação sobre «Mensagem»<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/17008336" style="border-width: 1px 1px 0; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/mensagem-raiz-ed" target="_blank" title="Mensagem-RaizEd">Mensagem-RaizEd</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></b> </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-6552622724937256482013-03-07T16:17:00.000+00:002013-03-07T16:17:32.853+00:00Conceção Messiânia de «Mensagem»<iframe src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/17008553" width="427" height="356" frameborder="0" marginwidth="0" marginheight="0" scrolling="no" style="border:1px solid #CCC;border-width:1px 1px 0;margin-bottom:5px" allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen> </iframe> <div style="margin-bottom:5px"> <strong> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/msg-concecao-messianicaexp12" title="Msg concecao messianica-exp12" target="_blank">Msg concecao messianica-exp12</a> </strong> from <strong><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></strong> </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-79024854141601129982013-03-07T16:15:00.000+00:002013-03-07T16:15:52.278+00:00Uma leitura de «Mar Português»<iframe src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/17009099" width="427" height="356" frameborder="0" marginwidth="0" marginheight="0" scrolling="no" style="border:1px solid #CCC;border-width:1px 1px 0;margin-bottom:5px" allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen> </iframe> <div style="margin-bottom:5px"> <strong> <a href="http://www.slideshare.net/valatao/msg-mar-portuguesexp12-17009099" title="Msg mar portugues-exp12" target="_blank">Msg mar portugues-exp12</a> </strong> from <strong><a href="http://www.slideshare.net/valatao" target="_blank">Experiências Português</a></strong> </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-5241355786606051982013-02-28T07:29:00.006+00:002013-03-01T06:01:49.281+00:00Portugal, rosto da velha Europa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-HHNJNx4v8EY/US8GsZWQu5I/AAAAAAAAAIU/ByCdrJndduY/s1600/Europa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="304" src="http://1.bp.blogspot.com/-HHNJNx4v8EY/US8GsZWQu5I/AAAAAAAAAIU/ByCdrJndduY/s320/Europa.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
« A Europa »<br />
Lápis sobre papel,1943<br />
José de Almada Negreiros (1873 - 1970 )</div>
«O dos castelos»<br />
<br />
<i>A Europa jaz, posta nos cotovelos:<br /> De Oriente a Ocidente jaz, fitando,<br /> E toldam-lhe românticos cabelos<br /> Olhos gregos, lembrando.<br /><br /> O cotovelo esquerdo é recuado;<br /> O direito é em ângulo disposto.<br /> Aquele diz Itália onde é pousado;<br /> Este diz Inglaterra onde, afastado,<br /><br /> A mão sustenta, em que se apoia o rosto.<br /> Fita, com olhar sphyngico e fatal,<br /> O Ocidente, futuro do passado.<br /><br /> O rosto com que fita é Portugal.</i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Fernando Pessoa, <i>Mensagem</i></div>
<br />
<br />
-------<a href="http://www.tabacaria.com.pt/mensagem/Brazao/castelos.mp3" target="_blank">Registo áudio</a> ------------<a href="http://www.tabacaria.com.pt/mensagem/Brazao/castelos.mp3"><br /></a><br />
<br />
<i>Eis aqui, quase cume da cabeça<br /> De Europa toda, o Reino Lusitano,<br /> Onde a terra se acaba e o mar começa<br /> E onde Febo repousa no Oceano.<br /> Este quis o Céu justo que floresça<br /> Nas armas contra o torpe Mauritano,<br /> Deitando-o de si fora; e lá na ardente<br /> África estar quieto não o consente.<br /><br /> Esta é a ditosa pátria minha amada,<br /> À qual se o Céu me dá que eu sem perigo<br /> Torne com esta empresa já acabada,<br /> Acabe-se esta luz aqui comigo.<br /> Esta foi Lusitânia, derivada<br /> De Luso ou Lisa, que de Baco antigo<br /> Filhos foram, parece, ou companheiros,<br /> e nela então os íncolas primeiros.</i><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Luís de Camões, <i>Os Lusíadas</i> (Canto Terceiro, estrofes 20 e 21)</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Gigfl3bpBjg/US8G0KO0tAI/AAAAAAAAAIc/C33xJKYJNVs/s1600/mapa_virgem_europa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Gigfl3bpBjg/US8G0KO0tAI/AAAAAAAAAIc/C33xJKYJNVs/s400/mapa_virgem_europa.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Europa_regina" target="_blank">«Europa Regina»</a></div>
__________________________________________________<br />
Imagens <a href="http://www.fotolog.com/abdlaziz/9855181/">daqui</a> e <a href="https://www.google.pt/search?q=europa+jaz+posta+nos+cotovelos&hl=pt-PT&noj=1&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=OHkuUdq8H9OThgeUyIGQCQ&ved=0CAoQ_AUoATgK&biw=1164&bih=626#imgrc=k-yXoAhPzKbBpM%3A%3BVRirGLLfRJAJTM%3Bhttp%253A%252F%252F4.bp.blogspot.com%252F-DHper15s9To%252FTpWrYeV_Y-I%252FAAAAAAAAA94%252FoZBaHCgtPFM%252Fs400%252FEuropa%25252BRegina%25252BI.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Farevistaentre.blogspot.com%252F2011%252F10%252Fum-olhar-sphyingico-e-fatal-portugal.html%3B141%3B102">daqui</a>.<br />
Mais informação sobre o poema de Pessoa <a href="http://arevistaentre.blogspot.pt/2011/10/um-olhar-sphyingico-e-fatal-portugal.html">aqui</a> e <a href="http://daslinguasedasliteraturas.blogspot.pt/2010/01/o-dos-castelos-uma-analise.html">aqui</a>.<br />
Sobre a Europa, preciosidades a colher <a href="http://www.prof2000.pt/users/secjeste/dlrc/2009/europa.htm">aqui</a>.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-37639304475597297662013-02-26T08:30:00.000+00:002013-03-01T06:01:35.016+00:00Elementos simbólicos na «Mensagem»<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="356" marginheight="0" marginwidth="0" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/11189299" style="border-width: 1px 1px 0; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px;" webkitallowfullscreen="" width="427"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<b> <a href="http://www.slideshare.net/paulaoliveiracruz/mensagem-elementos-simblicos" target="_blank" title="Mensagem elementos simbólicos">Mensagem elementos simbólicos</a> </b> from <b><a href="http://www.slideshare.net/paulaoliveiracruz" target="_blank">paulaoliveiracruz</a></b> </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-7097162971277333242013-02-25T21:52:00.001+00:002013-03-01T06:01:20.810+00:00«Mensagem»: simbolismo do título<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-6Hzh0o8ltPY/USvc8zpcCKI/AAAAAAAAAHk/KzwgeH7EoAY/s1600/il-e3-mensagens-014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://3.bp.blogspot.com/-6Hzh0o8ltPY/USvc8zpcCKI/AAAAAAAAAHk/KzwgeH7EoAY/s640/il-e3-mensagens-014.jpg" width="468" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-vVlLTMvoOlo/USvdqXK7EVI/AAAAAAAAAHs/ZDkGs5aciHs/s1600/1%C2%AAed_mensagem_fpessoa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-vVlLTMvoOlo/USvdqXK7EVI/AAAAAAAAAHs/ZDkGs5aciHs/s640/1%C2%AAed_mensagem_fpessoa.jpg" width="440" /></a></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-3416615108415062492013-01-26T08:30:00.000+00:002013-01-27T09:34:45.834+00:00Grande Livro<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Este é o episódio da série «Grandes Livros», da RTP2, sobre «Os Lusíadas», obra-prima da literatura nacional e universal.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Vale mesmo a pena ver! </span><br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/bezBEKvJXn4?list=PLYnMVxaii_Ai3ZmIR6heMXdVwohMOAA5O" width="640"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-64607642441675649812013-01-24T08:30:00.000+00:002013-01-27T09:29:05.329+00:00Grande Português<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Luís Vaz de Camões, o poeta português que "por obras valerosas" se libertou da lei da morte. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Merecia bem ter sido o maior português de sempre... (mas a memória deste povo é curta e deu o primeiro lugar a Salazar. Nhec!) Inacreditável!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Vale a pena visionar este excelente documentário sobre a vida e a obra do épico luso, no que tem de verdade histórica e de lenda.</span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/fapWhnHqbSc?list=PLYnMVxaii_Ai3ZmIR6heMXdVwohMOAA5O" width="640"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-71143484773136017382013-01-22T06:26:00.002+00:002013-01-22T06:26:09.813+00:00Percurso(s) Pessoano(s)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ora aqui está parte do percurso que nos esperava na tarde de 14 de dezembro,... se a chuva andasse longe, o que não aconteceu. (Diacho de inverno!)</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">São vídeos da autoria de outros jovens, como vós.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;">E que tal seguirem-lhes o exemplo.</span><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/Uo9fln50tJs?rel=0" width="480"></iframe>
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/T6B50OlzpYY?list=PLYnMVxaii_AiY1T6VJFTEETwfqkmvBVBN" width="560"></iframe>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/08823839215746116273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2590323627030054046.post-15178945193525858202013-01-19T08:30:00.000+00:002013-01-19T08:30:05.155+00:00«Tabacaria»<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Buktq3dGFo8?list=PLYnMVxaii_Ahhh4Q7Ie_ZcuKsHURwrHhq" width="560"></iframe>
<br />
<ul>
Não sou nada.<br />
Nunca serei nada.<br />
Não posso querer ser nada.<br />
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.<br />
<br />
Janelas do meu quarto,<br />
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é<br />
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),<br />
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,<br />
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,<br />
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,<br />
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,<br />
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,<br />
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.<br />
<br />
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.<br />
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,<br />
E não tivesse mais irmandade com as coisas<br />
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua<br />
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada<br />
De dentro da minha cabeça,<br />
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.<br />
<br />
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.<br />
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo<br />
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,<br />
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.<br />
<br />
Falhei em tudo.<br />
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.<br />
A aprendizagem que me deram,<br />
Desci dela pela janela das traseiras da casa.<br />
Fui até ao campo com grandes propósitos.<br />
Mas lá encontrei só ervas e árvores,<br />
E quando havia gente era igual à outra.<br />
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?<br />
<br />
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?<br />
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!<br />
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!<br />
Gênio? Neste momento<br />
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,<br />
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,<br />
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.<br />
Não, não creio em mim.<br />
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!<br />
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?<br />
Não, nem em mim...<br />
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo<br />
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?<br />
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -<br />
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,<br />
E quem sabe se realizáveis,<br />
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?<br />
O mundo é para quem nasce para o conquistar<br />
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.<br />
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.<br />
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,<br />
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.<br />
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,<br />
Ainda que não more nela;<br />
Serei sempre <i>o que não nasceu para isso;</i><br />
Serei sempre só <i>o que tinha qualidades;</i><br />
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,<br />
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,<br />
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.<br />
Crer em mim? Não, nem em nada.<br />
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente<br />
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,<br />
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.<br />
Escravos cardíacos das estrelas,<br />
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;<br />
Mas acordamos e ele é opaco,<br />
Levantamo-nos e ele é alheio,<br />
Saímos de casa e ele é a terra inteira,<br />
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.<br />
<br />
(Come chocolates, pequena;<br />
Come chocolates!<br />
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.<br />
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.<br />
Come, pequena suja, come!<br />
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!<br />
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,<br />
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)<br />
<br />
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei<br />
A caligrafia rápida destes versos,<br />
Pórtico partido para o Impossível.<br />
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,<br />
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro<br />
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,<br />
E fico em casa sem camisa.<br />
<br />
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,<br />
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,<br />
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,<br />
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,<br />
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,<br />
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,<br />
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -<br />
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!<br />
Meu coração é um balde despejado.<br />
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco<br />
A mim mesmo e não encontro nada.<br />
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.<br />
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,<br />
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,<br />
Vejo os cães que também existem,<br />
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,<br />
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)<br />
<br />
Vivi, estudei, amei e até cri,<br />
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.<br />
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,<br />
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses<br />
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);<br />
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo<br />
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente<br />
<br />
Fiz de mim o que não soube<br />
E o que podia fazer de mim não o fiz.<br />
O dominó que vesti era errado.<br />
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.<br />
Quando quis tirar a máscara,<br />
Estava pegada à cara.<br />
Quando a tirei e me vi ao espelho,<br />
Já tinha envelhecido.<br />
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.<br />
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário<br />
Como um cão tolerado pela gerência<br />
Por ser inofensivo<br />
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.<br />
<br />
Essência musical dos meus versos inúteis,<br />
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,<br />
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,<br />
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,<br />
Como um tapete em que um bêbado tropeça<br />
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.<br />
<br />
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.<br />
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada<br />
E com o desconforto da alma mal-entendendo.<br />
Ele morrerá e eu morrerei.<br />
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.<br />
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.<br />
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,<br />
E a língua em que foram escritos os versos.<br />
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.<br />
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente<br />
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,<br />
<br />
Sempre uma coisa defronte da outra,<br />
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,<br />
Sempre o impossível tão estúpido como o real,<br />
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,<br />
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.<br />
<br />
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)<br />
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.<br />
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,<br />
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.<br />
<br />
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los<br />
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.<br />
Sigo o fumo como uma rota própria,<br />
E gozo, num momento sensitivo e competente,<br />
A libertação de todas as especulações<br />
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.<br />
<br />
Depois deito-me para trás na cadeira<br />
E continuo fumando.<br />
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.<br />
<br />
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira<br />
Talvez fosse feliz.)<br />
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.<br />
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).<br />
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.<br />
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)<br />
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.<br />
Acenou-me adeus, gritei-lhe <i>Adeus ó Esteves!</i>, e o universo<br />
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.<br />
<br />
<dd><i>Álvaro de Campos, 15-1-1928</i>
</dd></ul>
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