Comemora-se hoje o 170º (centésimo septuagésimo) aniversário do nascimento de Antero Tarquínio de Quental.
O google português assinala a efeméride assim:
Contemporâneo de Eça, Quental foi o espírito brilhante e indomável que liderou a promissora geração 70, impulsionando e dando corpo a múltiplas realizações como a fundação do Cenáculo, do Jornal A República, das Conferências do Casino...
No programa destas últimas, para além da oração inaugural, proferiu a célebre Conferência sobre «A causa da decadência dos povos peninsulares nos três últimos séculos» (texto argumentativo).
Exímio sonetista, Antero foi o poeta da contradição sofrida entre o sonho e a razão, considerando a poesia como "Voz da Revolução", como forma de alertar as
consciências para as desigualdades sociais e para os problemas da
humanidade.
Deixo-vos com um dos seus sonetos meus preferidos:
A um poeta
Surge et ambula!*
Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.
Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!Antero de Quental
* «Ergue-te e caminha», palavras de S. Pedro dirigidas a um paralítico, em nome de Jesus Cristo (Actos dos Apóstolos, 3, 6).
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